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Jonas Mekas: 'Eu não faço filmes, apenas filmo a vida!'







A sétima edição do Festival Internacional de Cinema tem este ano como convidado de honra aquele que é considerado o pai do cinema de vanguarda norte-americano.



Prestes a completar 87 anos, Jonas Mekas não hesitou em aceitar o desafio do DocLisboa e esta terça-feira conduziu uma master class na Culturgest onde respondeu às várias questões colocadas pelo público.
Jonas Mekas, que ainda hoje continua a produzir obras de referência, a apresentar exposições em grandes museus e cinematecas e a filmar os seus amigos no dia-a-dia, recusa-se a filmar algo que não faça parte de si.
«Não sou nem cineasta nem realizador. E nem quero ser [disse, entre risos], porque eu não faço filmes. Apenas filmo... filmo a vida, celebro momentos da vida. Só filmo aquilo de que gosto», explicou.
Foi também neste contexto que o lituano radicado em Nova Iorque aproveitou para explicar que ver filmes pode ajudar a encontrar inspiração. No entanto, o mais importante para ele é «estar atento e filmar o que acontece no mundo, mesmo sem planear e sem ter uma estrutura prévia de tudo aquilo que se vai captar».
Jonas Mekas, que diz não ter tempo para ler «críticas de cinema», confessou ainda que sente muito mais entusiasmo quando está a fazer filmes do que quando está a vê-los.
Revelando mais uma vez o seu lado de cineasta independente irreverente, a lenda viva do cinema não tem qualquer problema em admitir que filma apenas para si e para os amigos.
Quando questionado sobre o que sente ao ser chamado de «amador», Jonas Mekas respondeu com ironia: «Amador? De amor? Sim, eu amo o cinema».
Foi cheio de vitalidade e com o seu sotaque cerrado do norte da Europa que o lituano aproveitou ainda para apelar a todos os que são ou ambicionam ser cineastas ou artistas plásticos e que vêem nele um exemplo a seguir: «Se querem ser cineastas, então vão para a rua e comecem a filmar! Até porque quando começarem a filmar vão descobrir coisas que não conheciam!».
Além disso, «agora há diversos meios de distribuição de filmes, há diversas possibilidades graças à Internet».
Jonas Mekas, que revolucionou o cinema underground nova-iorquino na década de 60, conta com várias e célebres colaborações no seu vasto currículo, entre as quais se destacam Andy Warhol, Alan Ginsberg, John Lennon, Yoko Ono e Salvador Dali.

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